Olá, querido ano de 2023,
Estás quase de partida... Já tens as malas arrumadas, o tique-taque do relógio implacável leva-nos de encontro ao fim do teu ciclo e preparamo-nos todos - de várias maneiras e com diversas tradições e superstições, rituais e festas - para a tua morte e para o nascimento do teu sucessor.
Escrevo-te esta carta para me despedir de ti e honrar-te, apresentar-te a minha gratidão. Foste um ano 7 no contexto da numerologia cabalística, o que significa que foste um ano de vitória divina e manifestação material e espiritual.
Trouxeste o de que muitos precisavam... Não própriamente sempre o que queriam, mas sim o de que precisavam...
Precisavam para evoluir, “morrer” para padrões e comportamentos não evolutivos, para despertar, para reavaliar, demonstrar que as escolhas de cada ser humano vão determinar - com as suas consequências - quer o presente, quer o futuro do indivíduo e do coletivo.
Foste um ano fulcral de “sacudidas” coletivas; trouxeste profundas crises e, com elas, as oportunidades de cura igualmente profunda; e, entre desafios e oportunidades, feridas e bálsamos, foste um ciclo rico a nível individual e coletivo.
Eu pessoalmente aprendi muito contigo; sinto que evoluí tremendamente: ganhei muita clareza, quer a nível profissional, sentimental, espiritual.
Vivi momentos de noite escura e dolorosa, atravessando vales que me fizeram encontrar e transcender sombras antigas. Aprendi contigo que os monstros não se espantam com vinagre e amargura; mas, sim, se transmutam e se soltam com e para o amor universal.
Ensinaste-me a amar mais e melhor e fizeste-me iniciar um despertar de novas posturas sentimentais.
Abriste portais energéticos poderosíssimos que, literalmente, arrasaram velhas crenças limitantes.
Esses mesmos portais resgataram fragmentos energéticos aparentemente perdidos, mas que estão vivos e me ajudam a criar a nova identidade da melhor versão de mim como mulher, coach, filha, amiga, terapeuta, funcionária, escritora e como todas as minhas facetas atuais e futuras.
Despeço-me de ti com gratidão e amor, consciente de que o caminho tem muito pela frente e de que o teu sucessor, o ano 2024 - ano 8, de união entre as forças e de infinitas possibilidades -, será tão desafiante ou mais do que tu foste, pois convida-nos a fazer o caminho que leva à infinita ascensão.
Nele, estaremos cientes de que, do outro lado, está a infinita queda; portanto, qualquer não-escolha será uma escolha não-evolutiva e todos sabemos que evoluir dói.
Enriquece, leva-nos ao patamar seguinte de felicidade e realização, mas dói; por vezes muito, pois tira-nos por vezes literalmente o pé do chão e também nos dá raízes profundas.
Amar mais dá-nos vida, mas dói... Tornarmo-nos mais conscientes dá-nos luz, mas dói... evoluir na espiritualidade dá-nos sentido a tudo, mas dói... viver é mágicamente belo, mas dói, assim como morrer e renascer, parir e gerar é orgásmico, mas também dói.
Existem coisas que deixaremos para trás no teu ciclo, das quais nos despediremos para sempre, e tu levá-las-ás contigo para o oceano luminoso da eterna cura. Existem coisas que irão arder no caldeirão mágico alquímico, que precisam de ser derretidas para que possam ser transmutadas.
Honro, amo, perdoo e deixo ir todas essas coisas; agradeço-lhes porque, durante o seu tempo, elas foram úteis e eram aquilo de que a minha evolução precisava para suceder, mas agora - que o aprendizado foi feito - elas serão libertadas e transmutadas segundo a vontade do divino.
Deixarás também saudades, memórias belas e únicas que só mesmo tu podias criar. Guardo todas essas memórias luminosas na alma e num cantinho especial, num baú do tesouro sagrado e especial no meu coração, que pulsa juntamente com o coração da terra e da humanidade coletiva.
Não é a única carta que te escrevo, mas é aquela que partilho com os queridos leitores deste blog agradecendo-te por eles e pelas forças que me iluminam para que possa semanalmente produzir estes conteúdos, e peço forças para continuar a fazê-lo cada vez melhor em 2024.
Desfruta das tuas últimas horas, e desejo-te muitas felicidades e imensa luz e evolução!
Aos meus amados leitores, desejo que se despeçam em grande deste ano, não só fazendo as suas resoluções para 2024, mas também despedindo-se de tudo que foi 2023.
Fechem com amor os ciclos abertos, honrem os compromissos ainda não cumpridos, expressem as verdades ainda não expressas, perdoem o que ainda há para perdoar, chorem o que ainda há para chorar e celebrem o que falta celebrar, para que o novo ciclo seja realmente um novo começo no livro da história única de cada pessoa e na História da humanidade e da natureza.
Honrem-se, amem-se, cuidem-se e façam isso com todos os seres que vos são caros, assim como com aqueles que vos magoaram. Abracem muito, e soltem muito. Morram e renasçam, as vezes que forem necessárias, pois há que jamais esquecer que cada um de vós ocupa um lugar insubstituível na dança que é a vida.
Com amor,
Cris Carvalho.