Vida: - Acorda, filha.
Eu: - Queres que acorde ainda mais?
Vida: - Desperta, abre a tua visão.
Eu: - Qual delas?
Vida: - A visão da tua alma. Lembras-te daquela célebre frase de Saint-Exupéry, "O essencial é invisível para os olhos"? Só consegues ver bem com a alma e isso não é uma frase feita. Com os olhos, veem-se reflexos; com a alma, veem-se abismos. Só a alma vê o que vai em outras almas.
Eu: - E aonde me leva essa visão? Por vezes sinto que, quanto mais vejo, mais drenada fico, pois tomo conhecimento de tanta coisa que dói e que não posso mudar porque não tenho qualquer controle sobre ela...
Vida: - A visão leva-te ao cumprimento da tua missão. Sim, a visão e o despertar mostram-te tudo, mas o teu foco deve estar apenas no que podes controlar e a única coisa que podes controlar é o teu próprio campo de ação.
Eu: - Ora, boa... É tão lindo isso, mas fácil de dizer... Como ignorar o que não posso controlar? E explica-me como a minha visão me leva à missão...
Vida: - Com uma visão de alma aprimorada, distingues quem és, do que precisas; aprendes mais sobre os teus dons e limitações, o que provoca em ti emoções de expansão e de contração; e as emoções contrativas, por sua vez, são os mestres que te ensinam onde estão os poderes que tens.
A visão mostra-te também do que o mundo precisa, e ensina-te o caminho para fazeres chegar a ti exatamente aquelas pessoas e criaturas que precisam do que tens para oferecer. Então, como encontrares a tua missão sem visão?
Eu: - Verdade... Deixa-me ver se percebi direito: para conhecer a minha missão, tenho de aprimorar a visão de mim mesma, do meu papel na vida e no mundo, e saber o suficiente sobre os que me rodeiam para descobrir como os dons que tenho se podem alinhar com as necessidades e com o potencial dos que me rodeiam, está certo?
Vida: - Isso mesmo. Três pilares ajudam a identificar a tua missão.
Eu: - E estes são...?
Vida: - Usa a visão para descobrires o que amas fazer, o que desperta paixão na tua alma. Amor e paixão são as forças motrizes do chakra básico, o canal energético responsável pela materialização. Descobre o que faz a tua alma cantar e alinhas-te com o primeiro pilar.
Eu: - Boa. Gostei. Gosto do amor e da paixão, gosto de vibrar pela alma, de pulsar amor. Se sinto amor, estou viva e a minha visão aprimora-se mais.
Vida: - Eu sei. E o segundo pilar está diretamente alinhado com o primeiro: usa a visão da alma para descobrir como te podes tornar boa no que fazes. Certamente há muitas coisas que amas, pelas quais sentes paixão.
De entre elas, podes escolher uma ou várias nas quais te vais especializar, na(s) qual(is) ganharás expertise, seja por via de estudos profissionais ou académicos, seja aprofundando conhecimentos que trazes de outras linhas temporais e aprendendo com outros tipos de ferramentas.
As ferramentas ser-te-ão dadas conforme os paços que fores dando em direção à realização do teu propósito.
Eu: - Ok, faz sentido... Desvendo em que moram as minhas paixões... e especializo-me em alguma(s), adquiro aprendizado, mestria, expertise. E depois?...
Vida: - Isso mesmo que estás a pensar. Depois entras automáticamente no terceiro pilar: identificar quem precisa do que tens para dar. Toda profissão é serviço e uma das minhas leis antigas, das leis universais, é que quando desejas receber o máximo, precisas servir o máximo.
“É dando que se recebe”, como já dizia Francisco de Assis na sua famosa e bela oração. Vai ao encontro de quem precisa do que amas fazer e sabes fazer, e aprende sobre os processos de tornares-te visível para que quem deseja os teus serviços vá ao teu encontro.
E aí tens a tua missão, ou o teu propósito, o que, mais do que ser tua profissão, envolve a razão de ser, a razão que fez com que viesses ao mundo para dar e receber sem limites.
Eu: - Parece simples, mas tantas vezes é complexo, por tantos motivos...
Vida: - O ser humano é composto por várias dimensões e algumas delas entram em contradição.
Surgem conflitos de diversas origens... Por exemplo... entram culpas e conceitos morais que travam o fluxo por causa de muita coisa que não foi devidamente compreendida, precisamente porque as pessoas não acessam a visão da sua alma nem buscam o conhecimento mais importante de todos, o de si mesmas.
Eu: - Acho que tens de explicar isso melhor.
Vida: - Explicarei ao longo dos próximos encontros. Saberás o momento certo de trazê-los aos leitores do Blog Visão da Alma.
Eu: - Vamos ver se sei respeitar os teus timings... Da próxima vez, pede-me que lhes conte sobre o diálogo que tivemos sobre relações, certo?
Vida: - Sim. Quarta-Feira é dia de S. Valentin e acho sensato fazer um especial com as nossas conversas sobre amor, almas gémeas, chamas gémeas e sobre a relação de cada um(a) consigo mesmo(a)... E, a seguir, será altura de falar mais sobre a missão.
Eu: - Ok, vida... Tu que mandas. Eu estou ao teu serviço, embora por vezes não faça a mínima ideia de como raio tu queres que eu consiga fazer tanta coisa que me pedes, e coisas tão grandes... E eu sou só uma mulher pequenina.
Vida: - Faz uma coisa de cada vez e confia em mim.
Eu: - Quem manda pode e quem...
Vida: - Não concluas a frase de Salazar que dizia que quem deve obedece... A nossa relação é de confiança mútua e eu devo-te tanto quanto tu deves a mim... E nunca te esqueças de que te dou exatamente na medida em que tu és capaz de receber e dar...
Eu: - Amém.
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