Na publicação passada do blog e podcast visão da alma buscamos duas coisas. A conexão com a nossa intuição e o uso dela para nos ajudar a perceber o propósito da nossa vida.
A ferramenta de que te falo a seguir ajuda não apenas nesse contexto, como também a definires o ponto onde estás e para onde queres ir em todos os aspectos da tua experiência como ser humano.
Esta prática vem sendo usada pela Mind Valley, uma das maiores escolas de desenvolvimento pessoal da atualidade cujas plataformas nos facultam uma forma inovadora de aprendizagem.
Entrou também nas práticas no âmbito do Coaching Visão da Alma, para que cada cliente possa colocar este documento ao constante alcance da sua visão e inspirar-se nele para buscar a motivação interna que dá forças para navegar na complexa e maravilhosa experiência da vida.
Falo das "MIQ", sigla que deriva de "Most Important Questions", e quem vai criar esse documento, responder às questões, é cada pessoa por si e para si.
A criação do documento MIQ, que pode ser uma folha de papel ou um documento digital, está desenhada para nos ajudar a colocar os objetivos de uma forma alinhada com a nossa alma.
Incentiva-nos à visão futura, à denominada visualização criativa, com cuja ajuda podemos desenhar o nosso próprio mapa do tesouro, desafiando a criação convencional e tradicional de estabelecer objetivos e levando a um modelo muito mais eficaz.
Vamos começar por pegar uma folha de papel ou um editor de texto digital e pôr a mão na massa.
Caso se trate de uma folha de papel, desenha três colunas, nas quais irás depois preencher os campos das seguintes categorias. Ao apresentá-las, vou dizer, em traços gerais, para que servem; e, depois, de forma breve, explicar o que deves preencher, com que pensamentos e sentimentos.
1. O que eu quero ser?
Esta primeira categoria serve para traçares os teus objetivos. E, não, não se trata de falar sobre objetivos realistas e concretos. Trata-se de pensar sobre a tua atual identidade e escutar os desejos da tua alma sobre o que te queres tornar, quem queres ser.
Aqui, as respostas não se limitam à escolha de profissão e não vale responder com objetivos intermediários, mas com o grande objetivo final. Exemplo: objetivo intermediário seria “quero ser médico(a)” e objetivo final seria “quero curar e tratar muitas pessoas, possibilitar-lhes melhor saúde”.
Também não vale preencher com os objetivos cuja motivação é externa ou está relacionada com o ego. Exemplo: quero ser chef de cozinha com 5 estrelas Michelin; ou: quero ser advogado porque o meu avô queria que eu seguisse a carreira de jurista.
Portanto, vale aqui traçar objetivos que venham dos teus desejos internos, aquilo que faz, como se costuma dizer, o teu coração cantar. Não te preocupes se os objetivos são ou não realistas, o ideal é que eles tenham 50% de margem de se tornar realizáveis ou não.
Por que, Cris? Porque ao escrever desejos e objetivos considerados muito grandes ou ambiciosos, desde que eles correspondam ao que a tua alma deseja, o teu cérebro e a mente vão trabalhar na sua manifestação e trazer-te vias de tornar possível o impossível.
Vias que ainda não conheces, nem precisas conhecer neste momento, mas que sabes que a ti fazem todo o sentido.
Portanto, escreve nesta categoria aquilo que a tua alma te diz que são os grandes objetivos da tua vida.
Eles podem ser, sim, ambiciosos e até abstratos, tais como: “quero impactar milhares de pessoas através dos meus livros ou das minhas obras na construção da paz entre os povos e de uma convivência humana mais harmoniosa e sustentável” (frase retirada da minha folha MIQ).
Sê o(a) mais específico(a) possível e abre este questionamento a todas as árias da tua vida, dizendo quem queres ser como mulher/homem, como mãe/pai, no amor, de saúde, na carreira, na espiritualidade.
Não censures nenhum dos sonhos e objetivos, pois a continuação do processo irá revelar quais são desejos da alma e quais saem das necessidades satisfeitas do momento. (diferenças serão explicadas no próximo artigo).
2. Crescimento
Nesta categoria, nós olharemos para os objetivos da alma traçados na coluna anterior e analisaremos a forma como temos de crescer para os podemos realizar. O que precisamos de aprender? Quais as ações imediatas de aprendizado e crescimento adotar para chegar ao objetivo final.
Aqui é recomendado escrever três ações de crescimento a adotar que sejam praticáveis rumo ao cumprimento do teu grande objetivo final.
Por exemplo, se colocaste como objetivo algo como “fazer uma viagem à volta do mundo”, três metas de crescimento podem ser:
- estudar inglês, espanhol ou outro idioma que seria conveniente eu dominar ou pelo menos conhecer para poder usufruir melhor da viagem;
- pesquisar uma forma de criar uma fonte de rendimentos residual que me permita juntar algum dinheiro extra para a viagem;
- otimizar a minha saúde com hábitos saudáveis para manter/melhorar as minhas condições físicas para ser saudável e desfrutar da viagem em plenitude.
A coluna do crescimento, portanto, chama-te a um conjunto de ações e cada objetivo pode incluir várias ações de crescimento.
Escolhe as que forem praticáveis a partir do primeiro momento, e, à medida que as implementas, vais ajustando as novas metas de aprendizado e crescimento que te levam a ficar cada vez mais perto do cumprimento do objetivo final.
3. Contribuição
Recordas-te do post sobre os três pilares da felicidade? Tudo a que te propões só te faz realmente sentido e pode manter acesa a tua motivação interna se tiver um propósito de serviço.
Não vivemos sozinhos no mundo e todos nos sentimos mais felizes e realizados quando "somos úteis", ou seja, quando aquilo que oferecemos tiver utilidade e contribuir para o melhoramento da vida de alguém, do individual ou do coletivo. É aqui que está o "Porquê" de quereres o que queres, de cresceres rumo ao que és.
Determina na próxima coluna a quem tu queres servir com a tua oferta, com a tua nova identidade. Ela será boa para ti e para quem mais? Como podem as pessoas que te rodeiam e cujas vidas tu tocas beneficiar-se com a tua nova identidade, com as tuas ações e aprendizados?
Visualiza claramente e escreve qual a contribuição que queres dar ao mundo.
Exemplos:
- ao ser um(a) ... (aquilo que decidires ser), serei uma mãe mais amorosa, generosa e flexível para os meus filhos, possibilitando-lhes toda a vantagem de uma educação multifacetada;
- poderei doar ... (percentagem de rendimento) a instituições de caridade da minha eleição para melhorar a vida dos ... (servidos pela instituição).
As grandes questões centrais deste exercício são: quem quero ser? Como o quero ser? E para que o quero ser?
As respostas a elas ajudam:
- a desenvolver a criatividade da tua visualização;
- a estabelecer as metas que permitam à tua mente expandir-se e encontrar as soluções aparentemente escondidas;
- a inserir na tua vida ações e hábitos práticos e automotivados que te aproximem dia a dia um pouco mais da nova identidade que queres assumir e;
- a encontrar o propósito do teu caminho com o serviço a que te sentes vocacionado(a).
Escusado será dizer que o documento MIQ, apesar de sempre te servir como guia, como lembrança daquilo que te move, pode ser reajustado de acordo com a tua evolução e com as novas descobertas que fazes ao longo da jornada.
Ao terminares o documento MIQ, guarda-o num local onde esteja sempre acessível para que o possas ver, e as afirmações e propostas que te colocas a ti mesmo servir-te-ão de fonte de renovada inspiração.
Compromete-te com o teu MIQ, que é dizer, contigo mesmo.
Estabelece o amoroso compromisso contigo de fazeres tudo o que está ao teu alcance para que possas viver na identidade que a tua alma se sente chamada a viver e poderás sentir a tua vida mudar gradual, mas constantemente, sendo cada vez mais feliz e alinhada com a visão da tua alma.