sábado, 25 de março de 2023

Quatro dicas eficazes para prevenir e controlar ansiedade e depressão

Tem sido um tema exaustivamente discutido e debatido o combate e a prevenção de depressão e quadros de ansiedade.

Especialmente durante o período da pandemia do Covid-19, face à adaptação a algo que até então era desconhecido, a prevenção de depressão foi discutida e analisada sob todos os ângulos da ciência, pois não é novidade para a grande maioria de nós que, nos EUA e na Europa, se tem usado e abusado de fármacos para controlar a ansiedade e combater a depressão.

Também não é novo que muitos antidepressivos, para além de criarem habituação, podem causar outras alterações hormonais e físicas.

O objetivo deste artigo não é analisar ou até mesmo demonizar o uso de fármacos, embora sejam, no final desta análise, partilhados alguns artigos para reflexão sobre essa questão.

O meu objetivo, como antiga dependente de antidepressivos e atual coach de vida e de espiritualidade, é dar-te algumas dicas sobre alternativas para combateres e controlares ansiedade e depressão de uma forma eficaz, que não têm quaisquer efeitos secundários prejudiciais, não afetam negativamente o teu desempenho das tarefas diárias, te permitem ter menos custos com farmacêuticos e podem ser utilizadas sem quaisquer restrições de idade.

Escusado será dizer que cada pessoa deve avaliar, de forma objetiva e honesta, o seu estado de ansiedade e, caso precisar, recorrer sempre a ajuda profissional de psicólogos, psiquiatras ou outros médicos, caso sinta que isso é necessário.

Tendo entanto em conta que tenho alguma experiência com as duas vertentes, métodos fármacos e não-fármacos, aconselho que sempre experimentem primeiro a segunda alternativa e, só em último recurso, se decidam a abrir-se à primeira.

Os passos dos quais falarei em seguida vêm de fontes relacionadas com a nutrição, ensinamentos espirituais dos vedas e dos livros de alquimia com uso de plantas, e da atual neurociência, que reconhece múltiplos métodos antigos como eficazes por influenciarem o nosso cérebro de forma benéfica, aproveitando a dimensão enorme da neuroplasticidade e o conhecimento de como podemos estimular, de modo natural, as substâncias que estão contidas na medicação ansiolítica e antidepressiva.

Ainda hoje eu pratico e aplico diariamente, de modo consistente, estas dicas e comprovo nelas uma para níveis cada vez mais elevados de bem-estar, saúde física, saúde emocional, mental, espiritual e energética que me fazem evoluir e, obviamente, querer partilhar com meus leitores e clientes nas consultas pessoais.

Passo 1: conecta-te com a natureza

jardim
Pixabay

A primeira dica tem a ver com algo que poderemos denominar como regresso às origens.

Nós, seres humanos, somos parte integrante da natureza. A nossa evolução avançou drasticamente ao longo dos séculos; mas, apesar de toda a urbanização e de toda a tecnologia, nós continuamos a responder a estímulos ancestrais da natureza, pois mora em nós o instinto animal e, quer a mente, quer o ego, gostam muito de coisas que lhe são familiares.

Fomos criados para continuar a ter algumas conexões vitais com a natureza, sem as quais nós, comprovadamente, sofremos danos. Por exemplo, é-nos reconhecidamente prejudicial a falta de luz do dia e de respeitar o nosso ritmo de dia e noite.

Quer no tempo da pré-história, quer no atual, continuamos a produzir serotonina (Hormonas da felicidade) e endorfinas (hormonas calmantes) com o movimento ao ar livre, o exercício físico, a ingestão de alguns alimentos, os hábitos de sono saudável, ETC.

Por que será que muita gente gosta de plantas num jardim ou em casa? Sim, nós continuamos a reagir com alegria e felicidade às cores das plantas... aos seus odores... Elas eram nos tempos dos primeiros seres humanos as principais fontes de alimento!

Quando estávamos no ventre da nossa mãe, antes de nascer, nós estávamos familiarizados a estar num espaço quente e confortável, com temperatura amena que nunca alterava (ou raramente), e a sentir e escutar água constantemente, e onde todas as nossas necessidades eram supridas; portanto, estávamos num estado de natural abundância.

Portanto, uma conexão com a natureza pode ser um enorme aliado para controlar e combater ansiedade e depressão. Isto pode ser feito de muitas maneiras, de acordo com as circunstâncias e locais onde vivemos, mas é sempre possível estabelecer contato com estímulos provenientes da natureza.

Por exemplo: fazer caminhadas diárias de no mínimo 15 minutos ao ar livre, de preferência num parque verde, à beira-mar, na floresta, no campo. Manter-se em contacto com a luz do dia e ar livre estimula a nossa produção natural de hormonas de bem-estar.

Procura adaptar sempre que possível o teu dia a dia ao ritmo natural de dia e noite, reduzindo ao máximo a iluminação artificial (para quem vive no hemisfério norte , onde os invernos são longos e os verões curtíssimos, o uso de iluminação solar artificial é muito recorrente; por isso, os nórdicos tendem a sofrer maciçamente de depressão durante essa fase do ano).

Outras formas de conectar com a natureza: se vives em meio rural, é mais fácil. Aí poderás fazê-lo com manter, durante as épocas de calor, as janelas abertas o mais tempo possível para ouvir e visualizar estímulos naturais, cultivar a terra, praticar exercício ao ar livre e fazer o máximo de atividades possível na natureza.

Em meios urbanos ou até mesmo durante o inverno, podemos arranjar alguns truques, tais como: ter uma ou mais plantas em casa; para quem tem possibilidades, ter um animal doméstico; ouvir, com frequência, sons da natureza em playlists ou com painel de sons naturais no computador; colocar paisagens naturais como imagens de fundo nos ecrãs; caminhadas num parque da cidade ou na praia; caso se tenha possibilidades, procurar cultivar, em casa ou num jardim urbano, alguns legumes ou ervas aromáticas (contacto com a terra); adormecer com sons aquáticos; entre outros!

Passo 2: nutrição saudável

vegetais
Divulgação / Organização Pan-Americana da Saúde

A segunda dica está, de certa forma, relacionada com a primeira. Se conectar-se com as nossas origens naturais é benéfico para evitar e controlar a ansiedade e a depressão, a nutrição tem um papel fulcral neste processo também.

Farás bem em ingerir, com regularidade, alimentos que proporcionam o funcionamento saudável do organismo e estimulam as nossas defesas naturais, quer as físicas (sistema imunológico), quer as energéticas (produção de endorfinas, serotonina e demais substâncias salutares cuja falta teremos, na hipótese extrema, de compensar com suplementos ou medicação).

Portanto, dicas básicas aqui (de uma coach, não de uma nutricionista): quando fores às compras, procura estar sempre alinhada com a roda de alimentos e garante que te avias com a variedade de nutrientes que ela nos indica. Procura que essa alimentação seja da época (legumes da época, frutas da época), e busca um equilíbrio saudável entre os diferentes nutrientes.

Se estás a sofrer de ansiedade ou tendes a que isso aconteça, assegura-te de ter à mão alimentos que te ajudem a focar em serotonina e endorfinas: bananas, coco, azeite, frutos secos, chocolate negro/cacau, mel, cafeína numa dosagem suave, maracujá, maçã, manga, gengibre, curcuma.

Na alimentação, o essencial não é propriamente evitar alimentos: é sobre comer de tudo um pouco, na medida adequada (salvo em situações concretas de saúde específica que têm de ser adaptadas individualmente).

A verdade é que para tudo existem diversas alternativas e, se existem, porventura, casos específicos em que algum alimento dos mencionados aqui não pode ser ingerido, pode-se sempre estudar alternativas que atinjam o mesmo fim.

O fulcral aqui a ter em conta será: a alimentação pode, sim, ser usada como um aliado para acalmar, desde que não se abuse dos recursos imediatos que prometem melhoramento, mas não são saudáveis. Exemplo: todos sabemos que açúcar é um ótimo calmante e ele está em todo o lado, até nas coisas onde nem o imaginaríamos!

Mas, para nós que procuramos a nutrição saudável e o controle eficaz da ansiedade, não será sensato ter uma alimentação saturada de açúcar: devemos administrá-lo ao organismo na medida indicada, de preferência pelas vias mais naturais possíveis (frutas), e o mesmo serve para todos os outros alimentos indicados acima e os não mencionados.

Finalizando a nutrição, é importante acrescentar a ingestão de água, que é não só essencial ao corpo, mas também ao bem-estar mental!!!

Passo 3: faz o que gostas!

desenho de crianças brincando
Divulgação / Tribuna do Norte

Esta dica já esteve presente em outros artigos e torna-se óbvia; pois, ao fazermos algo de que gostamos, estamos a gerar toda uma cadeia de emoções positivas, e estas contrariam a ansiedade e a depressão.

Todos sabemos que ter ocupação é fulcral para combater estados depressivos; mas, mais do que ocupar-se, aquilo que mais nos pode impulsionar serão ocupações de que realmente gostamos, que nos fazem sentir úteis, gratos, engajados e que nos estimulam positivamente.

Caso estejas num estado de depressão mais profundo, pode-se fazer difícil para ti perceber aquilo de que realmente gostas. Se isso for o caso, procura refletir sobre ti enquanto criança. Quando eras criança, quais eram as coisas que gostavas de ser ou fazer? Recordar-te dos teus sonhos de infância recoloca-te no estado em que estavas mais perto da conexão com a abundância total...

Podes reativar a memória de quando não vias limites em nada e tinhas curiosidade por explorar todo o mundo imaginário e real que vivenciavas.

Então, podes procurar fazer algo de que te lembras ter gostado. Inicialmente, se a tua depressão for profunda, podes não te entusiasmar com essa memória ou ideia; mas, ao experimentares a atividade, pode acontecer que te reconectes com a sensação de prazer que ela te causava na infância e a possas desenvolver de acordo com a tua atualidade.

Por exemplo: eu, quando era criança, queria ser enfermeira e cantora! cantora, porque adoro cantar e gostava de atuar, ser conhecida e elogiada pelo meu canto! Enfermeira, porque queria curar e cuidar de toda a gente!

Não me tornei cantora famosa como a Madonna, mas estudei música e canto, passei por diversos coros, fiz vários espetáculos amadores e, atualmente, sou cocriadora de um projeto de divulgação de talentos musicais, onde não apenas canto, como ajudo outros a revelar e divulgar os seus talentos.

Quanto ao cuidar de pessoas... Claro está que, não vendo, nunca pude ser enfermeira, mas procurei outras formas de cuidar de pessoas e, por isso, estou aqui agora, nesta atividade, e a partilhar contigo este artigo!

Portanto... usa os teus dons e põe-nos em prática da maneira que as circunstâncias o permitem fazer; desse modo, podes combater e prevenir profundos estados de ansiedade e depressão!

Passo 4: procura ajuda!

mãos abertas
Pixabay

Ao ler isto, deves estar a pensar algo como: “inevitavelmente vais puxar a brasa à tua sardinha, Cris”. Contudo, a busca por uma ajuda qualificada pode ser o primeiro passo para um combate autónomo à depressão e à ansiedade. Todos sabemos que, quando estamos ansiosos, precisamos de falar, desabafar, abrir-nos com alguém, buscar soluções.

Podemos e devemos fazer isso com o nosso grupo de amigos, familiares, parceiros. Mas, por vezes, é necessário algo mais, pois as pessoas que estão muito próximas de nós ou têm elas mesmas profundos problemas e não as queremos incomodar, ou, por estarem tão próximas de nós, têm tendência a não ter uma visão suficientemente neutra das coisas...

Quem nunca vivenciou a situação de ter um problema, partilhá-lo com os pais e eles ficarem ainda mais nervosos e preocupados do que nós mesmos?

Eis alguns dos benefícios que um/uma coach de vida te pode proporcionar: visão neutra, mas empática; conhecimento de causa por estudo e experiência; estímulo a uma visão multifacetada do problema; enfoque na solução; suporte multidimensional.

Para que possamos sair de um estado depressivo ou evitar entrar nele, convém-nos fazer, da nossa mente, uma aliada, quando ela por vezes tende a ser a primeira que nos reprime, impõe obstáculos e nos desmotiva.

Nesses momentos, o coach pode entrar como a voz da tua mente que estimula e te ensina técnicas práticas para que possas fazer com que a tua mente seja a tua melhor amiga, a primeira que torce pela tua evolução e a que te oferece caixinhas de soluções, ao invés de caixinhas de mais problemas.

Podes, agora, pensar algo como: Cris, ok. Mas tu desaconselhas a procura de um especialista de saúde? De maneira nenhuma. A psicoterapia pode ser um dos recursos-chave na cura e no controle de ansiedade e oferece uma multiplicidade de abordagens das quais podemos tirar proveito.

Se sentes como adequado, busca aconselhamento com um médico de confiança, um psicoterapeuta ou até mesmo um psiquiatra, pois existem casos em que o uso de medicação pode ser necessário a uma vida com mais qualidade.

E obviamente que só há benefício em usar mais de um recurso, e a eficácia por vezes está em combinar diferentes recursos e formas de ajuda para viver uma vida mais tranquila, mais feliz e na qual possamos desenvolver recursos internos para fazer face à adversidade.

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