
Hoje senti fazer uma publicação extraordinária no blog visão da alma para partilhar convosco uma das reflexões profundas e reveladoras que tenho estado a fazer no meu trabalho e estudo de diário ao que me dedico, não apenas para ter as melhores ferramentas como coach, como também para me conhecer a mim mesma cada vez melhor, pois a partir de um lugar de mais autoconhecimento podemos prestar um serviço mais autêntico e profundo aos atuais e futuros clientes.
Nas reflexões e rituais sobre os quais falei na última publicação, assim como no âmbito dos meus estudos, fui levada a refletir profundamente sobre duas questões essenciais: quem sou eu de verdade?
Essa questão divide-se em três aspectos que, em conjunto, criam o "blueprint" da minha vida.
- Quem é que eu quero ser na vida?
- Em que é que eu preciso de crescer para que me possa tornar o que desejo ser?
- Qual é o contributo que posso dar ao mundo ao tornar-me naquilo que desejo ser?
Medo e culpa sempre foram dois dos meus grandes bloqueios, embora talvez não pareça para quem me conhece pessoalmente... :)
Contudo,
sucede que o medo é um bloqueio que reside no nosso primeiro dos sete
principais Chacras, o chakra raiz, localizado no fundo da nossa espinha dorsal.
Este chakra está ligado ao elemento terra, é o ponto da nossa roda energética
que nos liga à terra, que nos enraíza e nos conecta ao centro de onde provêm a
máxima abundância.Divulgação / Sunshine Cristais
Após
estudar o meu mapa astral e conhecer com profundidade os meus aprendizados
cármicos, e sabendo eu que um dos meus carmas é justamente em Leão (carma de
rejeição da sociedade), tornou-se extremamente claro para mim que tenho
dificuldade justamente em enraizar, pois sempre senti que... Não pertencia aos
lugares onde estava.Divulgação / Dreamstime.com
Sim... a temática da pertença está presente desde a minha infância, pois sempre me senti "diferente", e sentia que a sociedade me colocava em uma espécie de gaveta à qual eu supostamente pertenceria, mas onde não me sentia em casa. Alistarei três desses exemplos abaixo.
1: cegueira
Era
e sou deficiente visual total, mas apresentava poucas características daquilo
que seria suposto, no círculo ambiental em que vivia, “normal” numa pessoa
cega. Se é que se pode falar em características "típicas" de pessoas
cegas, então ainda hoje eu sou completamente atípica...Divulgação / Olhar sem Limites
São, ainda hoje, poucas as pessoas deficientes visuais com as quais me consigo identificar profundamente e ter uma amizade que vá além do simples small talk, embora eu goste muito de promover iniciativas de crescimento pessoal entre os deficientes visuais da lusofonia.
2: sempre estrangeira e de espírito oriental
Nasci
em Portugal, fui criada na Suíça e considero-me uma cidadã do mundo. Mas isso é
agora, pois durante muitos anos estive completamente dividida e sem saber onde
pertencia. Fui extremamente bem acolhida na Suíça, onde gozei de uma educação
fantástica a todos os níveis e fiz relações humanas inesquecíveis.Divulgação / Wikipédia
![]() |
divulgação / Brasil Escola |
E a cereja no topo deste bolo... desenvolvi muito cedo interesses que não eram os dos meus amigos nem da minha família. Enquanto outros jovens se interessavam por desporto, moda, novelas e fofocas, o meu universo era estudar religiões, culturas, História e literatura.
Senti desde muito jovem aquilo que hoje sei serem memórias de vidas
passadas que me ligam ao islão, ao mundo árabe, à África e... à índia, o meu
lar espiritual. Descobri a minha conexão com este subcontinente multifacetado
durante a infância, através de uma família tâmil que conheci na Suíça...Divulgação / Wikipédia
E o meu caminho mostrou-me que foi lá que aprendi muitos dos códigos ancestrais de conexão com a alma e com o divino que caracterizam a minha essência. Portanto, sou uma portuguesa, cosmopolita suíça com alma indiana... Durante tantos anos sempre me senti pura e simplesmente estrangeira onde quer que estivesse, e seria pouco fiel à verdade se dissesse que deixei totalmente de sentir-me assim.
Contudo, hoje compreendo que não eram as sociedades que me rejeitavam a mim, era e sou eu que rejeito ser catalogada numa gaveta, ou seja, rejeito pertencer apenas a uma ou duas categorias de pessoas ou nacionalidades ou espiritualidades... eu pertenço, na verdade, a todos os lugares onde a alma toca, e não pertenço a nenhum, pois estamos todos de passagem...
Pertenço ao universo e pertenço à energia criadora que me enviou, e à missão de vida que me comprometo a cumprir. No entanto, não nasci ensinada, não tinha uma imagem tão clara como tenho agora sobre isto, e sentia-me pura e simplesmente não pertencente... embora fosse claramente cega, claramente portuguesa, claramente muita coisa e claramente nada dessas coisas.
3: maternidade e matriarcado
Desde
a mais tenra idade, senti intensíssima vocação e chamado à maternidade. Quando
tinha a volta dos três, quatro anos e brincava com as minhas bonecas, tinha
três coisas bem claras na minha mente: iria ser enfermeira, mãe e cantora.
Enfermeira, porque gosto de cuidar e de curar pessoas. Cantora, porque amo a
expressão da alma através da música e do canto, e mãe. mãe de muitos filhos.Divulgação / Médico Campinas
Passei o resto da infância e da adolescência procurando vias de cumprir estes propósitos... embora de outras formas. Enfermeira, como é óbvio, ficou fora de questão devido à deficiência, então comecei a procurar alternativas e namorei com as ideias de estudar psicologia, direito, sociologia. O desempenho escolar deu durante muito tempo para abrir todas estas portas.
Mas a história da vida seguiu um curso onde eu, tentando pertencer, me afastei do meu plano de alma e desci a sombras profundas, necessárias ao meu crescimento, mas que me levaram a atravessar crises de vida e doenças que deitaram os planos de estudo por terra durante alguns anos.
Atravessei a via dolorosa, recuperei e renasci das cinzas, fiz o meu caminho de acordo com a apresentação minha que podem ver neste blog... E, dos três planos de vida que a menina de três anos tinha, apenas um ficou durante muito tempo sem alteração alguma: iria ser mãe.
Segui esse objetivo com energia mais ou menos consciente, e cheguei a manifestar uma gravidez aos 22 anos, mas já se manifestavam vividamente os meus dois grandes bloqueios que identifico agora com toda clareza: medo e culpa. E eles manifestaram-se tão fortemente que provocavam múltiplas doenças físicas.
Elas levaram à perda do meu filho aos 22 anos e continuaram-se a manifestar em surdina primeiro e depois com intensidade, até que culminaram no ano de 2020 com um extremamente doloroso processo de hemorragia interna que pôs a minha vida em risco, e terminou com a cirurgia de histerectomia total.
Enquanto os outros sonhos de menina não foram abalados desta forma, apenas se foram transformando e adaptando às circunstâncias, o sonho da maternidade biológica fora totalmente extinto. Deixou um profundo luto que tive de atravessar, pois mais uma vez... não pertencia mais às mulheres vocacionadas para a maternidade, apesar de ter alma de mãe!
Quem és tu, e o que fazes com os teus bloqueios?
Então, após toda esta salganhada, o meu querido leitor, o meu cliente, os meus atuais mentores e coachs e eu mesma perguntamos para mim própria: Cris, quem és tu afinal e o que fazes com os teus bloqueios? Qual é a história que contas a ti própria e aos outros sobre a tua vida, hoje, neste preciso momento?
Eu
sou uma mulher, uma rainha empoderada da minha própria vida, que é cega, que é
portuguesa, tem como segunda pátria a suíça e traz no baú das experiências da
sua alma uma bagagem que vem de todas as culturas onde já encarnou.Pixabay
Sou uma estudante eterna da sabedoria e da abundância, que escolhe identificar e dissolver os seus bloqueios, alquimizar e transmutar as emoções e vivências contrativas e dolorosas para se tornar a cada dia uma pessoa mais capaz de espalhar e suster abundância, e escolhe deixar no mundo um legado de amor, sabedoria, compaixão, empatia, alinhamento com a alma e com o divino que está em cada ser vivo.
Sou uma mãe que, embora não gere vida humana no ventre, escolhe gerar pensamentos, terapias, livros, programas, plataformas e espaços aonde todos os que quiserem podem ir buscar recursos para também poderem superar os seus bloqueios, processar as suas dores, descobrir os seus mapas de abundância, conectar-se com a sua essência, intuição e visão da alma, viver os seus dons naturais, ser e pertencer!
Sou a que tirou aprendizados preciosos de tudo o que mencionei aqui e muitas coisas mais, e que não se satisfaz em ficar com isso para mim, pois continuando com a essência de cuidadora e cuidadora, quero partilhar o que sei e o que continuo a aprender para que todos possam curar-se, todos possam encontrar dentro de si as suas alavancas de crescimento e as suas chaves secretas de acesso à centelha divina...
sou a que causa impacto positivo em todas as vidas que tocar, contribuindo para que sejam mais felizes através do que tenho para lhes ensinar, mas também do meu contributo pelos meus próprios dons, pelo meu tempo, pela caridade, pelos projetos profissionais onde me envolvo e pelas atitudes que assumo.
Decido ser uma contribuição constante para um mundo mais feliz, mais humano, mais compassivo, mais alinhado com a natureza, mais próspero, mais justo, mais positivo!