sábado, 25 de maio de 2024

Devagarinho

Devagarinho…

Deixa que venha devagarinho…

Bater à porta bem de mansinho…

À janelita suavezinho…

Deixa que entre, devagarinho…

Sem qualquer barreira, devagarinho…

Que caia fresca e de mansinho,

Que encha os sulcos da terra devagarinho…

Da terra, da terra da alma…

Deixa que penetre devagarinho,

Em cada esquina, cada cantinho,

Cada cantinho do teu ser,

Sem medo, sem perecer…

Que regue e cure cada ferida… 

Que purifique toda guarida,

Onde se abriga dor, mágoa e rancor…

Que salpique com fresco amor,

Cada torrão seco de amargura…

Deixe regado,

E refrescado,

Cada espaçinho,

E que desfaça gota a gota,

Devagarinho,

Cada cadeia que prende ao mal.

não tenhas medo, não a retenhas,

Não te escondas, não temas, não…

Cai devagarinho e com precisão,

E bem baixinho te canta uma canção.

te alivia,

E te envolve,

E  assim renova teu coração,

Devagarinho até ao fundo,

E torna-o  fecundo só pra o amor…

Deixa,  pois lava  e afoga a  dor.

Sim, que ela entre em cada coração,

Bem de mansinho,

Devagarinho,

A fina chuva… do perdão!  

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