Na nossa sociedade, somos criados dentro de um conjunto de paradigmas que adotamos automáticamente como verdades, pois elas são parte integrante da nossa educação e foram também da educação dos nossos antepassados.
No entanto, à medida em que vamos evoluindo e conhecendo melhor quer nós próprios, quer o conjunto de ferramentas científicas que estudam a mente, deparamo-nos com evidências inequívocas de que estamos em transição e há muito mais a explorar e descobrir do que aquilo que recebemos no início do nosso percurso de vida.
Afinal, a evolução acontece constantemente, e evolução sempre envolve mudança.
Como eterna estudante e aprendiz, sempre busquei o despertar da consciência e, agora que decidi fazer dessa busca o sentido da minha vida, e escolhi pôr-me inteiramente ao serviço dos meus semelhantes, dei-me conta de que existem vários níveis do despertar da nossa consciência.
Novos níveis de consciencialização requerem novos paradigmas e, no próximo post, iremos aprofundar mais a questão dos distintos níveis de consciencialização e como nos movemos neles.
Hoje, porém, falamos das verdades.
Verdades sobre a vida e a consciência que não são, mas na minha opinião deveriam ser, abordadas na nossa sociedade desde o início do percurso educativo de cada ser humano, pois o conhecimento delas nos daria ferramentas que nos preparariam melhor para sermos mais felizes, mais livres...
Mais conscientes do potencial que temos, que cada um tem, de ser parte da construção do mundo que queremos ver.
No podcast publicado hoje na Visão da Alma, falo e escrevo, exemplificando com auxílio da arte cênica, da importância de conheceres e expressares a tua verdade, viveres desde um lugar de mais genuína autenticidade, moldares a tua identidade a partir de um lugar de conexão e expressão da tua alma.
Mas, para que possas começar a fazer isso, precisas de ousar pôr em causa algumas das verdades que nos foram apresentadas como normais e cuja origem reside em tempos e contextos que não são atuais, mas que ainda hoje têm poderoso impacto sobre nós.
Nós aceitamos e assumimos essas verdades como sendo leis universais incontestáveis, tais como a da gravidade, por exemplo, mas a verdade é que... elas não só são relativas, como frequentemente até criadas para sabotar a nossa evolução interior.
Quanto daquilo que começaste a acreditar sobre ti mesmo(a) é realmente verdade?
1: não sou inteligente
Mentira!
Se pertences ao grupo de pessoas a quem o sistema fez acreditar que não é dotado, que não pode acceder ao nível de educação desejado devido a algumas limitações cognitivas, físicas ou sociais e que só algumas formas de obter educação é que são as corretas (universidade, por exemplo) e todas as outras não são satisfatórias, podes já começar a desmascarar isso como uma mentira!
Todo o ser humano tem inteligência e todo o ser humano tem capacidades e dons peculiares e únicos! Cada pessoa aprende e assimila o aprendizado de uma forma diferente e existem diversos modelos de educação.
Tens o poder e a liberdade de cocriar a tua realidade e tens o poder, o direito e várias possibilidades de descobrires quais os modelos indicados para ti, aqueles que te permitem conhecer e explorar os teus dons, adquirir os conhecimentos do modo que é indicado para ti!
2:
a realidade em que vivo é fruto das circunstâncias e não tenho como mudá-la 😣
Mentira!
A realidade em que vives é conjunto de vários fatores, entre os quais constam as tuas escolhas. Tu tens, sim, o poder e a responsabilidade de moldar e cocriar a tua realidade, pois não és fruto do acaso nem da coincidência: és um ser criado com capacidade de criar e com livre arbítrio para escolher o teu caminho.
És tu, sou eu, somos nós que escolhermos como agir perante as circunstâncias externas que nos acontecem, e as nossas escolhas e renúncias determinarão as consequências do que nos sucederá em seguida. E mais: o que vivenciamos é reflexo do que trazemos dentro de nós.
Eu penso o que eu vibro e, aquilo que eu vibrar, é o que vou atrair para a minha vida.
3:
a culpa é minha ou de alguém ou algo externo a mim 🥺
Mentira! A culpa, neste contexto, não existe de fato: é um reflexo ilusório que criamos para manipular a nós e a outros, para nos sabotar (autossabotar) e para proteger o ego. Neste contexto, não existe qualquer tipo de culpa porque, sendo a vida uma cadeia de escolhas e renúncias que atravessamos para a nossa evolução, tudo acontece como tem de acontecer.
Nós temos apenas a nossa parte de responsabilidade (não culpa, mas sim responsabilidade) com o que nos acontece na vida e como reagimos ao que nos acontece. Portanto, agimos de acordo com o estado de evolução em que estamos ou estávamos. Não és culpado/a de nada, nem os outros o são.
Refletindo sobre a cadeia de escolhas e renúncias, perceberás que apenas há responsabilidade pela tua parte dos acontecimentos e, tal como podes ler num dos livros das "Conversas com Deus", de Neale Donald Walsh: Deus não precisa de perdoar, ele compreende, pois a compreensão do todo toma o lugar do perdão na alma do mestre.
4: o dinheiro é maléfico e a riqueza prejudica o mundo
Mentira.
De entre tudo que ouvi até hoje sobre isso, me faz tanto sentido citar os ensinamentos de Mahatria:
"Faz parte da responsabilidade moral de um ser humano que quer fazer o bem aspirar a ter abundância financeira, pois a riqueza usada para o bem pode salvar o mundo, enquanto que a riqueza usada para o mal pode destruir o mundo".
Bingo! Já pensaste na quantidade de pessoas que podes fazer feliz quando tu mesmo(a) és feliz e como a conquista da tua abundância em todos os níveis pode tornar tudo que tu tocas mais abundante? Já imaginaste a riqueza que podes gerar se tu fores rico(a)?
E, se tu viveres na escassez e pobreza, como podes mudar para melhor e mais abundante a vida das pessoas de quem te compadeces e que até te sentes culpado/a perante eles se tiveres mais do que eles?...
5: para ser feliz no amor, tenho de me anular para encaixar no outro
Mentira!
Muitos mitos nos são transmitidos no que diz respeito à vida amorosa feliz, entre os quais está o das metades da laranja e também aquele de que, quando encontramos a nossa chama gémea, a vida se torna cor-de-rosa. Muito bonito de se ouvir para românticos incuráveis como eu... 😉
Mas cuidado, pois, ao segundo olhar, constatamos que, ao invés de felicidade, isso traria anulação. Citando os ensinamentos do Osho:
"Nós não somos peças pré-fabricadas para podermos encaixar uns nos outros".
Então, se nós fôssemos a metade de alguém, não seríamos seres inteiros. Teria de ser algo como: meio eu, meio tu, para dar um outro ser, que seria resultado de duas pessoas que deixaram para trás metade da sua essência para formar uma nova pessoa.
A felicidade no amor não consiste em juntar duas metades e, sim, dois seres inteiros. Duas pessoas completas, com as suas luzes e sombras, suas características, escolhas, renúncias e qualidades.
Duas pessoas que aprendem a conviver uma com a outra, com as suas qualidades e imperfeições, sendo que, para que se possam abrir para essa convivência com alguém, necessitam de conviver primeiro em harmonia consigo mesmas.
é normal que entre almas gémeas, almas afins que se encontram e amam, existam conflitos, pois há as projeções e o efeito espelho. Nós vemos no outro reflexos de nós, para as coisas boas e para as mais desafiadoras.
Se sentes que vives uma relação de alma gémea, mas não estás a ter uma relação como descrita nos contos românticos, não há nada de errado contigo ou com a relação.
A arte está em viver o melhor de ti, encontrares-te contigo mesmo, encontrares-te com o outro e, juntos, num encontro de almas, mentes, espíritos e corpos, construirem a união que gera o "nós", ou seja, o vosso legado conjunto no mundo que pode ser um filho, ou não. Pode também ser legado de projetos conjuntos, missão de vida conjunta, ETC.
Contudo, ela é sempre uma missão que vem de duas almas completas que se unem, e não quando uma se anula para encaixar na outra.
6:
não sou merecedor/a de abundância 😢
Mentira!
Não só és e já nasceste merecedor(a), como foste criado(a) e feito(a) para a abundância, foste criado/a para a vida em abundância. Entre os milhões e milhões de seres humanos que estão e estiveram na terra, nenhum foi nem será exatamente como tu, e tu importas!
Não existe ninguém que tenha exatamente as mesmas características, sentimentos, pensamentos... tens uma essência peculiar, única, e maravilhosa.
Não apenas tens dons únicos, como tu mesmo és um dom. Tens a responsabilidade e o privilégio de ter um papel importantíssimo na vida do mundo, das pessoas que te rodeiam, no coração da força criadora, no universo.
Não existe nada em ti que seja menos importante, menos valioso do que o que outro ser humano tem, e tu és digno/a de dar e receber amor e abundância infinitas. Mereces cada uma das coisas que a vida pode dar, e tens dentro de ti a capacidade de transformar os teus desafios em tuas alavancas mais poderosas de evolução.
Assim sendo e refletindo sobre isso, expressa a tua verdade, e assume os teus novos paradigmas de verdade em prole de uma consciência mais desperta!
Tu mereces! Nós merecemos!