Se não te amasse tanto, tão perdidamente, tão infinitamente,
Se não soubesse quanto te amar me
expande,
Não saberia como amar-me,
Não seria oceano, nem montanha, nem
lago…
Não seria campo fértil, nem chuva,
nem brisa…
Não seria tempestade perfeita, nem
bonança auspiciosa…
Seria canção que se rompe e desvanece
antes de inundar o mundo com seu som,
Seria sino que não tem razão de ser,
pois não pode retinir…
Se eu não te amasse ainda mais,
Se não te sentisse nas minhas veias,
não bebesse todos os dias a tua luz
no horizonte,
nem me nutrisse da canção da tua voz
de harmonia,
Não conhecesse tua presença na minha
respiração,
teu existir nos meus sonhos e a tua
palpitação na minha caminhada,
não teria como saber que vivo,
desconheceria o cálice de flor
uterino que se abre a cada raio de sol vindo de ti,
para me penetrar com seu calor e
inundar do seu êxtase abundante minhas entranhas,
ignoraria o que é a dor ansiosa e
doce de parir serviço que espalha amor pelo universo,
e se ignorasse,
se não fosse lar de vida,
se não fosse templo de esperança,
se não soubesse até quão é profundo o
abismo da ausência de ti em mim e de mim em ti…
não haveria no firmamento espaço para
o vazio de derramar tudo quanto tenho a dar,
por tão somente te amar…
Ontem… hoje…
eternamente...