Estamos a viver numa época em que o desenvolvimento humano nunca esteve tão atual, embora ainda esteja no início do seu real reconhecimento. O presente blog é a expressão das minhas experiências como ser humano e como coach, como eterna aprendiz das ciências humanas e da espiritualidade, como criadora de métodos simples e práticos para aplicar no dia a dia para adquirir mais altos níveis de bem-estar integral, como mulher portadora de deficiências físicas e como artista.
sábado, 19 de agosto de 2023
sábado, 12 de agosto de 2023
A arte de se render
Introdução
Hoje, nesta publicação, venho partilhar contigo uma das receitas que mais me têm sido pedidas ao longo dos últimos 20 anos. Não se trata de uma receita de culinária ou de um remédio caseiro, mas sim de um segredo, ou pretenso segredo.
Muitas vezes, amigos, clientes ou
outras pessoas que me conhecem e sabem algo da minha História de vida me
questionam como faço para, durante a maior parte do tempo, conseguir
demonstrar genuína alegria e nunca perder a fé, a confiança nas forças
superiores, na vida, no que há de melhor e de mais luminoso no ser
humano.
A verdade é que eu, tal como todos nós, não nasci ensinada e
aquilo que eu sou hoje é resultado de muitos processos que atravessei,
de muitas noites escuras da alma que vivenciei e de muito aprendizado
que vai além daquilo que se aprende no contexto académico ou em cursos
de desenvolvimento pessoal.
Os quatro passos da alegria genuína
Reverse Gap
Sempre, desde criança, tive uma sede
inextinguível de saber e, acima de tudo, de sabedoria. Essa sede, a par
com a sede de poder cuidar de pessoas e servi-las, tem sido mitigada
pela vida que me têm dado infindas oportunidades de aprendizado. Em outro post, nós já falámos que há dois tipos de aprendizagem; a
que fazemos na descoberta feliz, (satori), e a que fazemos na dor,
(kenzo).
Aprendi a ter e cultivar alegria pelo simples fato de ter
começado a ver a vida por vários ângulos e a perceber que, quando
estamos em dificuldades, há sempre algo que já nos adveio, ou que
aconteceu a outras pessoas, que ainda foi mais desafiante (Reverse
Gap).
Exemplo: hoje, posso não ter ainda concretizado todos os
resultados que queria atingir na minha vida profissional; mas, há 15
anos atrás, estava infinitamente mais longe dos meus resultados de sonho
do que estou hoje.
E se é verdade que o país em que vivo, tal como
todos os países do mundo, não é um país perfeito e tem muitas condições a
precisar de serem melhoradas em diversos campos, também é verdade que
há pontos do globo à nossa volta onde há desafios infinitamente maiores
que os do meu país.
A técnica do "Reverse Gap" inspira-me uma enorme
facilidade para aplicar o desenvolvimento e a prática diária da gratidão
que eu recomendo a todos os meus clientes, familiares e amigos. E todos
nós já sabemos que a vivência a partir de um lugar de gratidão aumenta
substancialmente a nossa frequência vibratória e, por conseguinte, a
nossa capacidade de manifestar e gerar felicidade.
Este seria
então o primeiro passo do meu "Segredo" da alegria e da fé, pois a
aplicação da técnica do "reverse gap" dá-me oportunidade de ver que,
juntamente com todos os desafios incontáveis pelos quais passei e passo, a vida
sempre proporcionou-me caminhos para sair das provações e a minha alma
permitiu-se evoluir com o aprendizado que cada situação me trouxe até
hoje.
Esse recurso que adquiri e estou a treinar contínuamente é como
uma habilidade física que, ao preservá-la e cultivá-la, nenhuma
circunstância da vida nos pode tirar.
Mas este é apenas o primeiro
passo do segredo. O segundo passo é talvez o mais desafiador de aplicar
nos tempos e na sociedade em que vivemos, mas cuja aplicação tem
consequências altamente libertadoras.
Render-se aos processos emocionais
Trata-se da arte de render-se ao processo. E essa rendição só a podemos fazer a partir de um lugar de amor.
Render-se
aos processos consiste, resumidamente, em vivê-los na plenitude, ou
seja, não tentar abstrair-se da dor, do luto, da fadiga e de outras
emoções contrativas que os processos da vida nos trazem. Significa
também reconhecer e aceitar que não nos cabe controlar tudo e que nós cocriámos toda a realidade que nos toca atravessar.
Não estamos aqui no mundo por acaso, mas sim com um propósito, ou um conjunto de propósitos de alma, cuja descoberta nos cabe fazer para podermos vivê-los.
Assim
sendo, tudo o que vivemos de desafiador e que nos causa sentimentos
contrativos de medo, tristeza, raiva, angústia, ETC. vem a nós para, de
acordo com o que já pudemos abordar neste blog, nos apontar os nossos
poderes maiores de cura e transformação.
Espera aí, Cris, mas essa
mensagem não é contraditória? Não tanto, pois rendição está longe de
consistir em cruzar os braços e não entrar em ação, entregando a
responsabilidade sobre a nossa vida a outros ou às circunstâncias.
Questionar-se
Aqui entra o amor, abraçar os processos com
amor, reconhecer qual é a necessidade que eles têm em nos interpelar,
vivenciar e libertar as emoções contrativas e, no momento em que chega o
"vazio após a grande tempestade", confrontarmo-nos com três essenciais
questões que requerem a nossa integral atenção:
1: O que isto me faz sentir?
A
esta questão, respondemos no nosso interior, ou por escrito, ou em
diálogo externo, com toda a sinceridade da nossa essência. Sentir é
essencial para que as emoções sejam processadas e os sentimentos
expansivos possam iniciar o seu efeito transformador.
2: O que isto me faz pensar?
Nesta abordagem, exploramos tudo o que a nossa mente, o
nosso lado prático, analítico, (masculino), faz-nos pensar sobre as
situações. é também o que chamamos de racionalizar, ou "pensar de cabeça
fria", usar o discernimento de observador externo, o
"Detetive" interior que, de forma prática, nos fará ver por fora da
caixa e tirar as conclusões mentais do processo.
3. E por fim, vem a questão da alma: Qual o aprendizado que esta situação me pede?
Em termos do enquadramento do meu propósito de vida, o que é que eu retiro de aprendizado para a minha vida presente e futura? Em que é que este aprendizado feito por via do sentimento e da mente me fará melhor pessoa, mãe, pai, coach, professor(a), esposo(a), amigo(a), padre, construtor(a) civil ou qualquer que seja a minha missão de vida?
Em que é que isto fará com que eu evolua como ser espiritual que está a viver uma experiência humana?
Amar
O quarto e último passo é o mais importante de todos que já mencionei acima: o amor.
Se
eu escolher viver a partir de um lugar de amor, eu me rendo aos
processos com amor. Amando, amando a vida, amando as
pessoas envolvidas no processo, amando o processo transformador em si,
eu reconheço com facilidade o lado bom do mesmo. Eu abro o meu coração
e o meu campo energético para a experiência, e aceito a dor que dela
advém como alavanca para uma transformação.
Amando, reconheço as
qualidades de todas as pessoas envolvidas, reconheço a sua
vulnerabilidade a par com a minha e sinto um desejo genuíno de
reverenciá-los e cuidar dos seres que amo. Respeito e perdoo porque sei que
são vulneráveis, e reconheço que absolutamente tudo é aprendizado, nada
é culpa (Deus não perdoa, ele entende).
O amor capacita-te a ver
além do que se pode ver, a compreender o transcendente, e a perseverar
na esperança, pois ele sabe que tudo é passageiro e tudo existe por
múltiplas razões.
Conclusão
Eis as razões porque sou alegre, porque tenho fé inesgotável e porque digo sim diáriamente ao meu propósito de vida, eis porque descobri que é libertadora a arte da rendição: porque escolho todos os dias viver a partir do amor, do amor, para o amor e através do amor.
Quem renega aquilo que ama? Quem não perdoa quem ama? Quem não
reconhece sempre as qualidades dos seres amados? Quem não quer passar
tempo com os seres amados e neles investir energia? E quem desiste do que ama?
Eu
amo-te, caro/a leitor/a, e desejo do fundo do coração que possas
descobrir os benefícios da arte de render-se à vida, pois a verdade é
que... a vida te ama!
sábado, 5 de agosto de 2023
O portal das infinitas possibilidades
A vida convida,
persistente e determinada...
Ela chama, repete,
palpita e nunca retrocede,
qual rio galgando caminho,
saltando barreiras,
furando os diques da repressão.
A vida convida, num sussurro constante.
E quer fazer de ti sua alvorada,
seu caminho, sua estrada...
Seu instrumento de luz.
A vida lança na tua terra sua semente,
e faz do teu espírito um portal consciente...
Usa teu corpo como matéria prima de uma alquimia que transmuta tudo em que toca.
Usa teus sentidos para espalhar o despertar nas consciências,
e os teus sonhos para colorir as galáxias.
A vida, pungente e sábia,
suave e dura,
cálida e premente,
abençoa-te, penetrando o cálice pélvico do teu templo interior,
derramando sobre ti o fogo que devasta e reconstrói...
derrubando os teus muros e fronteiras, rasgando as tuas trevas,
dissipando as tuas defesas,
para fazer de ti morada sagrada do amor sem ocaso.
Se a rejeitas, ela estende sobre ti o manto da compaixão,
não renega nem vira as costas ao teu pranto,
apenas te reflete qual lua milenar,
o caleidoscópio das tuas escolhas.
o brilho dos teus dias e a escuridão das tuas noites,
em que riste sem esgotar todos os teus risos,
e choraste sem derramar todas as tuas lágrimas.
Se a aceitas,
ela entrega-te a consciência de que não há diferenças
entre ti e o reino da abundância eterna de paz...
Pois tu és, foste e sempre serás,
o portal das possibilidades infinitas.
acolhes e mergulhas,
imerges e derramas vida...
porque toda a divisão que vês é ilusória...
finito foste...
vida abundantemente eterna serás...
Se eu não te amasse
Se não te amasse tanto, tão perdidamente, tão infinitamente, Se não soubesse quanto te amar me expande, Não saberia como amar-me, Não ...
-
Se não te amasse tanto, tão perdidamente, tão infinitamente, Se não soubesse quanto te amar me expande, Não saberia como amar-me, Não ...
-
Introdução Olá, gente! Para quem gosta de ler, essa é uma adaptação do áudio publicado como podcast . Hoje, vim escrever este conteúdo para ...