No último artigo, vimos como os nossos limites, os pontos mais contrativos, são, na verdade, as maiores oportunidades para descobrirmos o real potencial que nos habita.
O caminho transpessoal, o que nos faz atravessar diversos portais de bloqueio que nos abrem as portas para a coragem, a compaixão, a aceitação, o amor, a autenticidade, a clareza/intuição e, por fim, à conexão com o nosso novo eu, é um caminho complexo, mas que vale a pena percorreres se queres viver uma vida a partir de um lugar de realização plena.
E o que é a realização plena senão aquele lugar de onde realizamos o nosso propósito de vida, sendo feliz e fazendo feliz tudo e todos que estão à nossa volta?
Ao longo dos próximos meses, vamos aprofundar mais as várias etapas e o mapa energético que há dentro de cada um de nós, que nos mostra onde está cada bloqueio e como podemos desencadear os recursos para dissolvê-lo.
Partilharei contigo os conhecimentos e métodos que utilizo para trabalhar em mim mesma.
Funcionam não apenas comigo, como já funcionaram e ainda funcionam para milhares de pessoas ao longo da História humana, em várias culturas e contextos sociais, pois são recursos que nascem a partir de dentro e que, a partir do momento em que os conhecemos, não dependem de nada externo para serem postos ao nosso serviço.
Vais aprender sobre o que faz cada uma das nossas cinco dimensões, sobre como criar a tua mente milionária, sobre os chacras e como o seu bom funcionamento é vital para todos os aspetos da nossa vida, e muitas coisas mais.
Mas antes de entrar nessa série de artigos e dicas práticas, e de dizer-te como te posso, caso queiras, ajudar a viveres de acordo com a visão e missão da tua alma, venho partilhar contigo uma das minhas dicas mais sagradas de sanação de feridas.
A forma de a pôr em prática não é igual para todos, terás de descobrir qual é a tua, mas consiste para todos no seguinte: conecta-te com a tua primordial essência.
Nós somos natureza, e a nossa reconexão com a natureza ajuda-nos a encontrar-nos com a nossa própria essência, estimula-nos a compreender melhor quem somos verdadeiramente, ou seja, quem somos sem os nossos medos, sentimentos de culpa, receios de rejeição, receios de abandono, sem a repressão, sem as nossas dúvidas e sem o nosso apego. Quem somos originalmente, ou seja, quem éramos antes de terem acontecido alguns acontecimentos da vida que ativaram esses bloqueios referidos. Quem somos sem os filtros que pomos para nos proteger e que de fato são úteis se forem utilizados como nossos aliados, mas destrutivos se não os conhecemos e permitimos que sejam nossos sabotadores.
A vida com toda a sua correria, as distrações, a chuva de informações, as provações, as projeções, os questionamentos e micros ou grandes conflitos, ela está cheia de milagres e oportunidades, e no meio destes turbilhões tendemos a perder de vista a nossa essência, de forma que se instalam grandes dúvidas e ficamos perdidos sem perceber se a voz que sussurra dentro de nós, que por vezes só se faz ouvir no raro silêncio, é voz da nossa intuição ou da imaginação, se vem de dentro ou de alguma influência externa.
Uma das formas mais eficazes para iniciar essa busca, ou melhor, esse reencontro com a nossa essência, passa pela conexão com a natureza e pelo conhecimento dela, e pelo autoconhecimento que, se observamos a natureza, reparamos que está estreitamente ligado ao conhecimento da natureza dos seres vivos em geral.
Partilho contigo hoje uma experiência da minha vida que, tal como outras do mesmo género, me ajudam a fazer sanação profunda, pois levam-me até ao meu lado selvagem, ao coração primordialmente feminino que palpita em mim, à harmonia com os quatro elementos e à confiança arcaica que tenho com os seres vivos, especialmente com os animais.
Foi num dia do ano passado, em setembro de 2022, em que me senti um só com cada um dos seres com quem interagi, e aceitei, abracei e sanei os elementos em mim. Abri-me à voz sussurrante da minha intuição, e aceitei a mensagem inequívoca de que cada ferida que sanar em mim me ajudará a servir à humanidade e à vida a partir de um lugar de incondicional amor que abrirá as portas para ajudar outros a sanar as suas feridas ancestrais. Não posso salvar o mundo inteiro (recordem-se da cena da lista de Schindler), mas posso resgatar um universo em cada ser que consiga fazer alquimia sagrada e transformar os seus sofrimentos em potenciais salvíficos e sanadores.
No amor que derramo por um só ser, posso derramar o amor pelo universo inteiro, espalhando perdão para sanar culpas e compaixão para curar rejeições, e assumo um compromisso indissolúvel com a vida, permitindo-me evoluir na única sabedoria que vale a pena: na única que subsiste, o amor universal, e por isso transmuto e limpo os aprendizados cármicos, permitindo que o amor, a essência do divino, me molde até chegar ao melhor de mim.
O ser primordial que há em ti, a tua fera interior, a tua / o teu alquimista interior, a tua fada / o teu duende interior, o teu ser natural e humano e o teu ser espiritual unidos em união alquímica formam a tua essência que está à espera no mais fundo de ti para te revelarem o que precisas para trilhar o caminho da felicidade e do alinhamento.